São Paulo (Dia 4): Poderia ser Arcand no divertido A ERA DA INOCÊNCIA, poderia ser Lumet em seu ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO, poderia ser Lynch em seu labrinto onírico IMPÉRIO DOS SONHOS. Poderia ser até outros destaques da Mostra como I´M NOT THERE, DO OUTRO LADO, A BANDA, LONGE DELA, A VIDA DOS OUTROS e CONTROL, mas não foi...A primeira sessão de aplausos sinceros que presenciei (Digo sincero, porque sempre se aplaude filme nacional na presença do diretor) foi nada mais nada menos que SOS SAÚDE do polêmico Michael Moore.
OK, muita gente não gosta de Moore. Acham seus filmes parcias. Que ele destorce a realidade a seu favor, mas...é inegável, ele têm talento para argumentação e sarcasmo. SOS SAÚDE aborda a problemática do seguro saúde nos EUA. Lá, ao contrário do mundo, a saúde é privatizada e ir ao médico custa uma fortuna. Moore aborda vários casos de pessoas que foram a falência depois de ficarem doentes e confronta a realidade americana com outros países como Canadá, Inglaterra, França e até mesmo Cuba.
E simplesmente não há argumento contras os fatos de Moore. Mas, por outro lado, depois de AS INVASÕES BÁRBARAS, de Dennys Arcand e agora SOS SAÚDE, fico pensando se o estado da saúde pública no Brasil seja tão terrível assim. Não sei...Talvez o problema seja o complexo de "vira-lata" brasileiro, enquanto "os outros" têm orgulho em viver seu "sonho americano".
CADA UM COM SEU CINEMA, filme que marca o aniversário de 60 anos do Festival de Cannes é um pequeno fiasco. É um conjunto de curtas com o tema "viver o cinema" realizado por vários diretores de vários países. E aqui, temos o mesmo defeito de filmes desse tipo. Muito heterogêneo. Muito irregular. Mas no caso desse filme, os curtas "ruins" superam e muito a quantidade de "curtas bons". uma pena.
E a boa safra de biografias de rock, forneceu esse ano, além de CONTROL; I´M NOT THERE, filme de Todd Haynes que deve conceder o segundo Oscar de Coadjuvante à Cate Blanchett. E a não ser que ela decida lançar um NORBIT 2, o Oscar é dela. Todos já sabem disso: Crítica, Imprensa e Público. Até o diretor, sabia disso ao montar o filme em cima dela. Dos 7 atores que vivem Boby Dylan, Marcus Carl Franklin, Ben Whishaw, Christian Bale, Heath Ledger, Cate Blanchett e Richard Gere, ela é a última a entrar em cena. Soberana, camaleônica, soberba. É Bob. O filme ainda tem outros trunfos que podem surpreender na temporada de Prêmios: A fotografia acompanha cada ator com uma característica particular e, na montagem fragmentada em tom de documentário transforma o filme num verdadeiro banquete visual, além é claro da ótima performance de todo o elenco, e portanto do diretor. Aguardem um estouro de bilheteria.
Por fim, DO OUTRO LADO acompanha a trajetória do cinema alemão com mais um belo filme que quase levou a Palma de Ouro em Cannes. Um filme humanista. Grande Roteiro. Briga boa no Oscar de Filme Estrangeiro
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Um comentário:
Eu não só gosto dos filmes do Michael Moore, como também tenho uma certa simpatia por sua causa - seja ela qual for, hehehe. Sua argumentação sempre é das melhores, basta ver o que ele fez em "Fahrenheit 9/11". E muito pertinente o comentário sobre a Cate Blanchett - também é minha favorita entre as coadjuvantes nesse momento. "Do Outro Lado" é outro filme que me interessa bastante.
Belo post! Está ótimo acompanhar a Mostra de SP por aqui. Abraço!
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