São Paulo (Dia 16): O cinema de Christophe Honoré é irresistível: Seus filmes apresentados na Mostra (EM PARIS e CANÇÕES DE AMOR) são irremediavelmente românticos, delicados e envolventes. As ruas e os apartamentos de Paris testemunham um amor a dois e a três, no feminino e no masculino, com ligeiras canções interpretadas pelos próprios atores. Na verdade são poemas musicados, sussurados em grande intensidade e paixão.
EM PARIS conta a história de Paul que está deprimido por ter se separado de Anna e acaba indo morar com o pai divorciado e o irmão mais novo, Jonathan (Louis Garrel, presença regular no cinema de Honoré). Enquanto o despreocupado irmão e o sempre companheiro pai tentam em vão reanimá-lo, só uma visita da mãe parece lhe trazer a alegria de volta. Quando um dia Paul fica em casa e se entrosa e conversa com uma das namoradas do irmão, ele começa a pensar que, enquanto as coisas não saem como planejadas, é sempre possível encontrar algum motivo para viver.
Já em CANÇÕES DE AMOR, Ismael (Louis Garrel) entrega-se ao desafio amoroso da namorada Julie e partilha a ménage a trois com a amiga comum, Alice. Ainda que depois da tragédia que vitima Julie encontre conforto nos braços do adolescente Erwann.
As origens das canções remetem a um material musical pré-existente: as canções escritas por Alex Beaupain. Os personagens começam a cantar assim que se apaixonam, porque são incapazes de expressar paixão de outra forma. Os cenários, como os apartamentos dos pais, retornam como um coro, com um tom diferente de acordo com o que foi cantado previamente. E assim como numa música, em que certos instrumentos retornam ou desaparecem enquanto outros são adicionados, os personagens secundários dão um ímpeto refrescante à história enquanto outros são eliminados dela.
Ainda apaixonado, deu tempo de conferir PARANOID PARK. O filme lança uma luz muitas vezes onírica sobre as pistas de concreto para skate e os shopping centers frequentados por seus jovens protagonistas. Mas, além dos movimentos graciosos dos skatistas, Gus Van Sant transmite um clima inquieto e perturbador que envolve uma juventude urbana que, com apenas uma exceção, parece estar voltada para longe do mundo externo e ser indiferente ao futuro. Um cinema claramente autoral de Van Sant, tão bom quanto ELEFANTE.
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2 comentários:
Em Paris eu sempre quis assistir...não sabia que estava na Mostra!
Cançôes de amor eu não conheço....vou procurar pelo trailer!
Gosto mtoo do trabalho do Louis Garrel...é um ator promissor!
Em Paris ele parecer fazer uma sintonia muito boa com o outro ator...o q faz o personagem Paul, esqueci o nome do cara....mto bom tb!
abraço!
Olha Willian, Eu fiquei surpreendido com o trabalho de Louis Garrel, é algo vivo, jovial espontâneo. A química entre o elenco do filme é espetacular, a cena da banheira, é uma das melhores que vi no ano. Sai de EM PARIS com vontade de marcar um churrasco com meus irmãos...
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