São Paulo (Dia 12): "1,2,3 Bate na parede..." Nada... "1,2,3 Bate na parede..." Houve-se o som de uma porta se abrindo... "1,2,3 Bate na parede..." Passos... "1,2,3 Bate na parede..." Crianças se aproximam... "1,2,3 bate na Parede..." De repente...
O susto! Quando o diretor Juan Antonio Bayona (NA ESPINHA DO DIABO) se junta com Guilhermo Del Toro (O LABIRINTO DO FAUNO), o resultado é um filme fenomêno de público na Espanha e em qualquer lugar que seja exibido. Finalista da Mostra SP, EL ORFANATO é um conto aterrorizante repleto de reviravoltas e sequencias de puro suspense. Todos os elementos genuínos estão presentes: Uma velha casa. Uma velha lenda. Um passado maldito. Algumas crianças. Portas batendo, Encanamentos rangendo, gemidos e respiros ofegantes. Vento gélido no pescoço. (Ou será apenas o Ar-Condicionado da Sala?). De repente um apito! (Alguém passou atrás de mim!) A paranóia está feita. Díficil não se envolver no filme, nas suas feridas, na suas marcas. Díficil também esquecer o filme do ano, um marco no gênero!
PLANETA TERROR, pelo contrário é um filme gratuíto. Uma grande brincadeira repleta, por sua vez, de zumbis, sangue, churrasco, sangue, pus, sangue, peitos e...mais sangue. É uma grande sátira aos filmes trash, um projeto interessante, bacana, muito divertido, mas Tarantino é melhor...
Assim como o livro de Gabriel García Marquez é melhor que sua adaptação para as telas. AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA é uma soma de pequenos erros que acabaram comprometendo o produto final: O livro, já se sabia, era de díficil adaptação. A fotografia, pouco pungente, não retratou a "paixão latina" de forma coerente. O excesso de luz comprometeu o trabalho de maquiagem que por sua vez, tentava maquiar a péssima escolha de elenco. (Alguns personagens envelheceram por maquiagem, outros com troca de ator, outros, caso de Fernanda Montenegro, sequer envelheceram.) A impressão que fica, é de uma direção pouco cuidadosa e apressada. Uma pena, mais um filme cotado ao OSCAR que fica pelo caminho.
SERKO, pelo contrário, mostrou iniciativa e atravessou um extensa jornada de 10000 léguas pela Rússia, para salvar os cavalos de seu povo, que estão na iminência de serem sacrificados para alimentar os construtores da Transiberiana. É uma velha lenda russa, contada em prosa. Bem simples, sincera. Bastante ingênua em sua narração. Um filme simpático.
Tão simpático quanto a direção de Jose Luis Guerín. EN LA CIUDAD DE SYLVIA foi o filme mais autoral e exigente exibido na MOSTRA SP, e o público acostumado ao apelo fácil de Hollywood se mostrou atento e interessado na proposta. Longas tomadas inspiradas no NeoRealismo de Michelangelo Antonioni, mas também com longos silêncios e ruídos, lembrando o francês Robert Bresson. Um cinema para poucos, mas muito bem feito.
Por fim, o russo O FAROL teve exibição comprometida pela péssima cópia digital. É uma discussão que fica em toda a MOSTRA. Vale a pena exibir um filme em detrimento da qualidade? Até que ponto vale o acesso à essas obras pouco conhecidas e difundidas? Ano passado, muita gente criou preconceito com EM BUSCA DA VIDA, justamente pela cópia ruim, será que valeu a pena?
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2 comentários:
Esse tal do "Orfanato" está recebendo tantos elogios que já começo a acreditar que seja o novo "O Labirinto do Fauno" - sem dúvida um dos melhores do ano passado. Como gosto muito também de "Espinha do Diabo", com certeza aprovarei o resultado aqui. E estava na cara que "O Amor nos Tempos de Cólera" era uma enganação...
Abraço!
Eu gosto muito também de "Espinha do Diabo". Eu amo filmes europeus e americanos, mas eu gosto da Oriental. Eles são extraordinários! Ontem à noite eu vi um onde o cantor atos hideki Saijo! é ótimo!
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