30.8.07

Diretor alemão defende cinema online no Festival de Veneza

VENEZA: Trinta e nove anos após ter conquistado o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o cineasta alemão Alexander Kluge retorna à mostra para a qual está programada uma homenagem a sua segunda vida artística, iniciada na metade dos anos 80, ou seja, quando decidiu abandonar o cinema e começar a ser autor para a televisão.

Com 75 anos, assim como o festival italiano, o pai do cinema novo alemão vê hoje o futuro da sétima arte na internet e na síntese.

"Um jovem que hoje quer fazer cinema deve pensar na Internet. Na rede qualquer um pode enviar os próprios filmes e ser espectador. Mas necessita ser rápido: filmes de um minuto, no máximo cinco, síntese e qualidade são o futuro. Os filmes devem ser breves como uma citação de Tácito", afirmou Kluge.

Na mostra será possível ver alguns dos seus programas mais significativos: "Mein Jahrhundert, Mein Tier!", "Das Phänomen Der Opor", "Im Sturm Der Zeit/Facts & Fakes", "Die Poetische Kraft Der Theorie" e "Der Zauber Der Verdunkelten Seele".

"'Mein Jahrhundert, Mein Tier!' [Meu Século, Meu Monstro] é um programa de 19 seqüências autônomas, retiradas de filmes entre 1966 e 2007. Afronta os problemas da contemporaneidade do movimento estudantil de 1968 e da globalização", explicou Kluge.

"Das Phänomen Der Opor" [O Fenômeno da Ópera] é uma espécie de guia para a história da ópera lírica, "a irmã mais antiga do cinema pois ambos são concentrados de emoções, criaturas de sentimentos. Existem 80 mil óperas líricas. Destas, apenas 70 são representadas regularmente, mas na realidade todas são ligadas entre si de maneira disfarçada. O filme é concebido como uma única grande partitura", disse o diretor.

"Im Sturm Der Zeit/Facts & Fakes", [Na Tempestade do Tempo/Verdades e Mentiras] que será apresentado nesta sexta-feira na sala Volpi, evoca os fantasmas da Segunda Guerra Mundial por meio da contaminação entre fatos e fantasias.

"Die Poetische Kraft Der Theorie" [A Forma Poética da Teoria} aprofunda um caminho feito de frases filosóficas de Aristóteles e Heidegger para descobrir que poesia e filosofia não são tão distantes.

Por fim, "Der Zauber Der Verdunkelten Seele" [A Magia da Alma Obscurecida] aborda uma reflexão sobre a luz, matéria mãe do cinema.

Da Agência ANSA

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei se concordo totalmente com a visão desse diretor, mas acredito que no futuro, cinema e internet vão andar lado a lado - resta saber se isso é algo positivo...

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