19.3.08

A Odisséia de Clarke


Arthur C. Clarke, autor de quase 100 livros, morreu aos 90 anos de idade. Clarke foi um promotor ardente da idéia de que o destino da humanidade situa-se além dos limites do planeta Terra. Tal visão foi apresentada na sua forma mais vívida em 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, o filme clássico de ficção científica que criou com Stanley Kubrick.

A Guerra Fria compõe o pano de fundo de 2001. A sua gênese foi um conto chamado "The Sentinel" ("A Sentinela"), publicado pela primeira vez em uma revista de ficção científica em 1951. Ele fala de um artefato alienígena encontrado na Lua, uma pequena pirâmide cristalina que os exploradores da Terra destroem ao tentarem abri-la. Um dos exploradores percebe que o artefato era uma espécie de sinalizador para a eventualidade de mau funcionamento. Ao silenciá-lo, os seres humanos indicaram a sua existência aos distantes criadores da máquina.

Na primavera de 1964, Stanley Kubrick, que acabava de triunfar com o seu filme DOUTOR FANTÁSTICO, conheceu Clarke em Nova York, e os dois concordarem em fazer o "proverbial filme de ficção científica verdadeiramente bom", baseado em "The Sentinel". Isso levou a uma colaboração de quatro anos. Clarke escreveu o livro e Kubrick produziu e dirigiu o filme. Ele conta com crédito conjunto no roteiro.

Muitos críticos ficaram desconcertados com o filme, especialmente com a cena final na qual um astronauta que foi transformado por alienígenas retorna à Terra como uma "Criança-Estrela". No livro o astronauta demonstra os seus novos poderes detonando do espaço todo o arsenal de armas nucleares soviéticas e norte-americanas. Assim como em grande parte do roteiro, esta conclusão não ficou clara no filme, do qual Kubrick cortou a maior parte do material explicativo.

Como escritor de ficção, Clarke foi muitas vezes criticado por não ter criado personagens integralmente concretizados. HAL, o amotinado computador em "2001", é provavelmente a sua criação mais "humana": um ser satisfeito consigo mesmo e que sabe tudo, com um toque de fé equivocada na sua própria infalibilidade.

Se os heróis de Clarke não são exatamente memoráveis, também é verdade que não existem vilões totais na sua obra. Os seus personagens estão geralmente demasiadamente ocupados lutando para encontrar um sentido em um universo implacável para que possam se meter em esquemas mesquinhos de dominação ou vingança.

Entre os seus legados estão as Três Leis de Clarke, observações provocantes a respeito da ciência, da ficção científica e da sociedade, que foram publicadas em "Profiles of the Future" ("Perfil do Futuro"), em 1962:

"Quando um cientista ilustre, mas idoso, afirma que algo é possível, é praticamente certo que ele tenha razão. Quando ele afirma que algo é impossível, ele provavelmente está errado"

"A única maneira de descobrir os limites do possível é aventurar-se um pouco além desses limites, adentrando no impossível"

"Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da mágica"

In Memorian...
Arthur C. Clarke
1917 ~ 2008

3 comentários:

Anônimo disse...

Ele somente foi o escritor de um dos meus 5 filmes favoritos em todos os tempos. Por isso, sua importância para o cinema - e especialmente à literatura - é inestimável. Belas frases...

Kamila disse...

Nunca li nenhum livro de Arthur C. Clarke e acredito que, assim como aconteceu com a maioria das pessoas, entrei em contato com sua obra através do filme "2001". E a obra do Kubrick é um excelente tributo ao Clarke.

*Silly* disse...

3 frases que expressam o que todo mundo pensa mas nao consegue passa pro papel...
aiai
boa pascoa

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SoSuechtig,Burajiru