São Paulo (Dia 17~19): Manuel de Oliveira...99 anos! É o mais longevo diretor em atividade! Começou na profissão ainda com filmes mudos com o curta DOURO FAINA FLUVIAL (1931). O mestre já viu tudo, filmou tudo. É díficil criticar CRISTOVÃO COLOMBO - O ENIGMA, sem levar isso em consideração. É até um crime, ousar não gostar.
O filme em si, não tem nada de especial. Trata-se de uma espécie de guia turístico de Portugal. Passando por alguns monumentos referentes aos grandes descobrimentos do país. É uma espécie de lembrança à memória portuguesa. Uma cobrança ao seu povo. O deleite fica por conta da presença do próprio Manoel de Oliveira e sua mulher Maria Isabel. Bem velhinhos declarando poesias de Fernando Pessoa e Camões. Para os cinéfilos, vale a curiosidade e o charme do casal. Para os demais, cuidado, é um filme de arte.
Outra surpresa foi ANGEL de François Ozon. O filme de certa forma, foi massacrado pela cinéfilia. Acharam-no uma aberração dentro de sua filmografia que inclui AMOR EM 5 TEMPOS, SWIMMING POOL e GOTAS D’ÁGUA EM PEDRAS ESCALDANTES. Puro conservadorismo. Dentro da proposta do diretor, é um excelente filme. ANGEL flerta com os melodramas de época hollywoodianos dos anos 30 e 40. Seu texto é adocicado como aqueles romances descartáveis de banca de jornal. Doce. Exageradamente doce. Romola Garai compõe uma personagem alienada, uma escritora de novelas "água com açucar" que depois de muita egocentrismo cai no desamparo. E nesse ponto o filme fica amargo. Desolador. Desconcertante. Um conto de mel e fel.
Além disso, foi possível conferir uma enxerruda de documentários. O melhor,talvez seja SCREAMERS, onde a banda "System of a Down" confronta o genocídio que ocorreu na Armênia em 1915 e os esforços do governo da Turquia em negá-los.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário