São Paulo (Dia 1): Uma garoa fina. Friozinho aconchegante. Um chocolate com conhanque. E a Mostra começa no antigo Matadouro de São Paulo, hoje a Cinemateca da cidade. A novissíma sala BNDS é um espetáculo. Uma das mais belas salas de exibição da cidade. Na antiga arquitetura rústica do ambiente, com tijolinhos aparentes e gigantescas janelas em arco, foram agregados modernos equipamentos de exibição. Um show. Na hora do filme, grandes paredes retráteis descem nas laterais, cobrindo a iluminação natural do ambiente para o grande espetáculo da sétima arte. E os filmes cumpriram a expectativa...
PONTO VERMELHO é uma piada e não; não é uma comédia. Pelo contrário, ele pretende ser muito sério em suas críticas à política italiana. Mais é um filme muito amador, mal resolvido e de argumento fraquíssimo. O elenco é um desastre, a direção é ruim e a música é detestável e detalhe: Exibido em cópia digital. Só incentivou mais minha má vontade.
A BANDA chegou, A BANDA vêem, A BANDA vai, A BANDA vêm e vai. Queriam pompa, obtiveram circunstâncias. Perdidos em Israel, A BANDA (Filme indicado a representar Israel no Oscar e "rejeitado" pela Academia) acaba nos confins do suburbio onde encontram hospitalidade de pessoas tão solitárias quanto eles. Um filme enxuto, minimalista, que aborda o tema da solidão de um modo muito eficaz. Uma pena que tenha sido descartado, pois tinha chances até de Oscar.
Por falar em Oscar, A VIDA DOS OUTROS, vencedor do prêmio ano passado, mostra a força do cinema alemão. Narra a paranóia do comunismo, ao vigiar todos os "camaradas" formadores de opinião na Alemanha Oriental. Mereceu a estatueta, pelo excelente roteiro e pelo elenco.
O primeiro filme da canadense Sarah Polley (LONGE DELA) é uma historia de amor universal. Julie Christie e Gordon Pinsent formam um casal que precisam enfrentar o destino, no caso o mal de Alzheimer dela. Uma doença que, pouco a pouco, vai apagando a memória de Julie, inclusive os 44 anos que viveu junto a seu marido. Trata-se de um filme delicado em toda a sua concepção, fala de amor puro, honesto. Díficil não se comover com o casal. Com ela, que esquece. Com ele, esquecido.
20.10.07
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2 comentários:
LONGE DELA deve ser uma experiência desafiadora, mas recompensadora. Oscar para Julie Christie!
Estou em dúvida entre Julie Christie e Marion Cotillard, Gustavo. Mas tenho certeza da indicação de Christie. E porque não, do Gordon Pinsent também. Sarah Polley é uma forte promessa.
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