1.9.07

As Guerras do Mundo

VENEZA: Com IN THE VALLEY OF ELAH, a metáfora bíblica que representa a luta entre David e o Golias, Paul Haggis, o homem que escreve os argumentos para Clint Eastwood e que estreou como diretor no aclamado CRASH, apresentou o melhor filme jamais feito sobre Guerra e a presença norte-americana no Iraque, embora tudo se passe na América.

O filme complementa de alguma forma, REDACTED, a meta-ficção que Brian De Palma apresentou sobre o mesmo tema, mas que não foi recebido com tanto entusiasmo. O desaparecimento de um soldado no Iraque, a investigação conduzida pelo pai (um notável Tommy Lee Jones que vai se transfigurando) e por uma angustiante detetive de polícia, interpretada por Charlize Theron, é o pretexto para um olhar sobre o patriotismo e a forma como a guerra afeta os jovens soldados, os homens, os seus comportamentos e ideais. IN THE VALLEY OF ELAH, está para a Guerra do Iraque, como O FRANCO ATIRADOR de Michael Cimino, esteve para o Vietnam. Até agora, é o melhor filme da competição, sendo um dos favoritos de público e crítica, pelos aplausos, que se seguiu nas projeções.

Hoje efetivamente foi um grande dia para o cinema, pela qualidade das obras, como IT´S A FREE WORLD, de Ken Loach, um grande filme sobre o vale tudo, para ter lucro, que é infelizmente um dos sinais dos tempos e uma consequência da ascensão do capitalismo financeiro. IT´S A FREE WORLD é um filme sobre o desemprego e o assédio sexual no trabalho, do qual uma mãe solteira é vítima, mas acaba focando também as empresas de recursos humanos, que contratam e exploram os imigrantes do Leste e do Médio Oriente, que procuram melhores oportunidades na grande metrópole de Londres.

Destaque, também, para a cena de amor entre Harrisson Ford e Sean Young, ao som do tema de Vangelis, em BLADE RUNNER: THE FINAL CUT, de Ridley Scott, numa outra versão, diferente e melhor, e com final surpresa, num filme que há 25 anos marcou uma geração de cinéfilos.

Por José Vieira Mendes (Premiere)

7 comentários:

Anônimo disse...

Puxa, e eu pensando que as críticas negativas no ínicio iriam ditar todas as outras para "In the Valley of Elah", pelo visto um dos mais elogiados. Mas será que chega ao Oscar? Não coloco muita fé não, mas acho que deve ser melhor que "Crash". Mal posso esperar para ver a nova versão de "Blade Runner".

Abs!

Anônimo disse...

Ei Marfil. Voltei a ter um blog (quem diria!?) porém ele só vai durar um mês. Isso quer dizer que poderemos ser co-blogueiros de novo por um mês. Diz que vc vai aparecer lá mesmo que seja só para digitar um "Hi". Coloquei o endereço aí. Será que vai desconfigurar sua caixinha de mensagens? Abraços Adriana

Marfil disse...

Pois é, Vinicius...Nunca duvidei do combo (Roteiro do Paul Haggis + Elenco extraordinário + Boa estoria). Acho que IN THE VALLEY OF ELAH é mais oscarizável que REDACTED, tem ótimas chances com todo o elenco nos oscars interpretativos.

Gustavo disse...

li alguns reviews fora do eixo de veneza que dizem que in the valley of elah é bem fraco.

Acredito que Redacted, principalmente pelo conteudo polemico, não tenha muitas chances no oscar.

Mas Haggis parece ter a simpatia dos velhinhos da academia, portanto não duvido que arranque algumas indicações.

Wanderley Teixeira disse...

O que me parece é que In the valley of Elah traz elementos que Haggis é conhecido por utilizar exaustivamente em seus filmes, mas que por alguma razão não é rejeitado pela Academia(caso fosse outro talvez a história fosse diferente).Ele sempre fica na linha tenue entre melodrama e sensibilidade.Vamos ver.Acho que Menina de Ouro funcionou muito mais pelo seu elenco e extraordinária direção de Clint Eastwood do que pelo roteiro de Haggis,por exemplo.Já Crash tem trocentas falhas q só pude perceber com o passar do tempo.Vamos ver...

Gustavo H.R. disse...

Os de Loach e De Palma, embora não abordem exatamente o mesmo tema, soam mais interessantes e contundentes que o de Haggis, mas isso não significa que o último não possa também ser bom. E de longe o mais oscarizável, mesmo.

Marfil disse...

O tema da perda do filho é um prato cheio para Tommy Lee Jones (que foi esnobado por TRÊS ENTERROS). Consigo imaginar ele se desgatando com o avanço do filme. Como a disputa de ator está muito aberta, vejo claras vantagens para ele a aprtir de agora...

by TemplatesForYou
SoSuechtig,Burajiru