1.8.07
Ingmar Bergman, o famoso diretor de cinema, morre aos 89 anos
Ingmar Bergman, o mestre da cinematografia que descobriu desolação e desespero, bem como comédia e esperança, nas suas indeléveis investigações sobre a condição humana, morreu na segunda-feira (30/07) na sua casa na ilha de Faro, na costa báltica da Suécia. Ele tinha 89 anos.
Bergman era considerado por muitos um dos maiores diretores da história do cinema. Juntamente com Federico Fellini, Akira Kurosawa e talvez uns poucos outros cineastas, ele dominou o universo do cinema sério durante grande parte da segunda metade do século 20.
Ele deslocou-se da traquinagem cômica de amantes em "Sorrisos de Uma Noite de Amor" ("Sommarnattens Leende", Suécia, 1955) para a busca de Deus por parte de um cruzado assombrado pela morte em "O Sétimo Selo" ("Det Sjunde Inseglet", Suécia, 1957); do angustiante retrato da doença fatal em "Gritos e Sussurros" ("Viskningar Och Rop", Suécia, 1972) à ciclicamente engraçada e aterrorizante descrição da vida familiar uma década mais tarde em "Fanny e Alexander" ("Fanny och Alexander", Suécia/França/Alemanha Ocidental, 1982).
Bergman lidou com dor e tormento, desejo e religião, maldade e amor. "Nos filmes de Bergman este mundo é um lugar no qual a fé é tênue; a comunicação, esquiva; e o autoconhecimento, ilusório", escreveu o crítico Michiko Kakutani na "The New York Times Magazine", em um perfil do diretor em 1983. Deus ou é silencioso ou malévolo; homens e mulheres são criaturas e prisioneiros dos seus desejos. Para vários cinéfilos e críticos, foi Bergman, mais do que qualquer outro diretor, que trouxe uma nova seriedade à arte cinematográfica na década de 1950.
"Bergman foi o primeiro a trazer a metafísica - religião, morte, existencialismo - para a tela", afirma o diretor francês Bertrand Tavernier. "Mas o melhor de Bergman é a forma como ele fala das mulheres, do relacionamento entre homens e mulheres. Ele é como um garimpeiro escavando o solo em busca de pureza".
Ele influenciou vários outros cineastas, incluindo Woody Allen, que certa vez disse que Bergman é "provavelmente o maior artista do cinema, ao levar-se todos os fatores em consideração, desde a invenção da câmera de filmagem".
Bergman fez cerca de 50 filmes durante mais de 40 anos. Ele centrou o seu trabalho em dois grandes temas - o relacionamento entre os sexos e a relação entre a humanidade e Deus. Bergman escreveu em um ensaio, em 1965: "Eu encontrei no filme uma linguagem que literalmente é falada de alma para alma em expressões que, de forma quase sensual, escapam do controle restritivo do intelecto".
Em um filme de Bergman, a mente está constantemente procurando, constantemente investigando, constantemente surpresa. Bergman admitiu com freqüência que o seu trabalho é autobiográfico, mas somente "daquela forma segundo a qual um sonho transforma experiência e emoções a todo momento".
Ele teve uma carreira simultânea no teatro, tendo se tornado diretor do Teatro Dramático Real de Estocolmo. O cineasta casou-se várias vezes, e manteve relacionamentos bastante divulgados e apaixonados com as principais atrizes dos seus filmes.
Bergman surgiu no cenário cinematográfico internacional em meados da década de 1950 com quatro filmes que se tornaram símbolos da sua carreira - "Sorrisos de Uma Noite de Amor", "O Sétimo Selo", "Morangos Silvestres" ("Smultronstället", Suécia, 1957) e "O Rosto" ("Ansiktet", Suécia, 1958).
Ele era diretor de cinema havia dez anos, mas era pouco conhecido fora da Suécia. Foi então que, em 1956, "Sorrisos de Uma Noite de Amor" ganhou um prêmio especial no Festival Internacional de Cinema de Cannes. No ano seguinte, o assombrador e eloqüente "O Sétimo Selo", com a sua memorável imagem medieval de um cavaleiro (Max von Sydow) jogando xadrez com a morte em um mundo aterrorizado pela peste, ganhou um outro prêmio especial em Cannes. E, em 1959, "O Rosto" ganhou um prêmio especial do júri no Festival de Cinema de Veneza.
Platéias se aglomeraram nas salas de exibições do cinema sério em todo o mundo para assistir aos seus filmes. Então, em 1960, "A Fonte da Donzela" ("Jungfrukällan, Suécia) narrou um estupro e os misteriosos acontecimentos que se seguiram ao fato na Escandinávia medieval. Com este filme ele ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Em um intervalo de uns poucos anos, Bergman tornou-se ao mesmo tempo um ícone da cultura e um sucesso de bilheteria.
No decorrer da sua carreira, Bergman falou freqüentemente sobre aquilo que ele considerava como sendo a natureza dualista das suas personalidades criativa e privada. "Tenho bastante consciência do meu ego duplo", disse certa vez. "Aquele bem conhecido está muito bem controlado; tudo está planejado e é muito seguro. Mas o ego desconhecido pode ser bastante desagradável. Creio que este lado é responsável por todo trabalho criativo - ele está em contato com a criança. Não é racional; é impulsivo e extremamente emotivo".
Ernst Ingmar Bergman nasceu em 14 de julho de 1918, na cidade universitária de Uppsala, na Suécia. O seu pai, Erik, um clérigo luterano que mais tarde tornou-se o capelão da família real sueca, acreditava na disciplina rígida, que incluía chicotear os filhos e trancá-los em armários. A sua mãe, Karin, era deprimida e imprevisível.
"Lembro-me de como a luz do sol atingiu a borda do meu prato quando eu comia espinafre e de que, ao movimentar o prato ligeiramente de um lado para o outro, eu era capaz de formar diferentes figuras com a luz", contou o diretor. "Também me lembro de ser obrigado a me sentar na igreja, ouvindo um sermão muito chato. Mas era uma igreja muito bonita, e eu adorava a música e a luz filtrada pelas janelas. Eu costumava me sentar no sótão ao lado do órgão e, quando havia funerais, desfrutava daquela imagem longa e maravilhosa da cerimônia, com o caixão e as cortinas negras, e mais tarde a sepultura, vendo o caixão ser baixado à terra. Nunca fiquei assustado com essas cenas. Ficava fascinado".
Aos nove anos de idade, ele trocou um exército de soldadinhos de metal por uma velha lanterna mágica, um objeto que modificou o rumo da sua vida. Em um ano ele havia criado, brincando com a lanterna, um mundo particular no qual se sentia inteiramente em casa, recordava o cineasta. Ele montou o seu próprio cenário, as marionetes e os efeitos de luz, e fez apresentações de fantoches com peças de Strindberg nas quais falava ele próprio todas as partes reservadas aos atores.
Bergman ingressou na Universidade de Estocolmo em 1937, oficialmente para estudar história da literatura, mas na verdade passou a maior parte do tempo trabalhando no teatro amador. Em breve ele saiu de casa e trocou a universidade por uma carreira no teatro e no cinema.
Ele dividiu o seu tempo entre o cinema e o teatro a partir do início da década de 1940, quando ingressou no departamento de roteiros da Svensk Filmindustri. O seu primeiro patrão o descreveu como "desarrumado, rude e patife, e dono de uma risada nascida nas mais escuras profundezas do inferno".
Na sua carreira teatral, ele tornou-se chefe do teatro municipal na cidade de Halsingborg, no sul da Suécia, em 1944. Em 1946 ele mudou-se para Goteborg e lá morou durante quatro anos, e depois disso passou dois anos como produtor convidado em umas duas cidades antes de seguir para Malmo, em 1952, para trabalhar no teatro municipal.
No cinema, ele escreveu roteiros e dirigiu. O seu nome apareceu pela primeira vez na tela em 1944, no filme "Tormento" ("Hets", Suécia) - também conhecido como "Tortura do Desejo", cujo roteiro ele escreveu e Alf Sjoberg, uma figura dominante do cinema sueco, dirigiu. O filme, baseado em uma história que Bergman escreveu sobre o seu último e atormentado ano na escola, ganhou oito prêmios suecos, bem como o Grand Prix du Cinéma, em Cannes. Ele fez da principal atriz, Mai Zatterling, uma estrela internacional. Ela interpretou uma vendedora de uma loja que era amada por um jovem estudante e perseguida pelo professor sádico do rapaz.
Bergman teve a sua primeira chance de dirigir um filme em 1945. Os seus primeiros filmes eram basicamente romances que permitiram que ele fizesse experiências com o seu estilo de direção. A maioria dos críticos concorda que a sua primeira obra notável foi "Prisão" ("Fangelse", Suécia, 1949), o seu sexto filme e a primeira produção que ficou inteiramente a cargo de Bergman. "Prisão" conta a história de uma prostituta que se suicidou. Ele fez o filme em 18 dias, e embora os críticos tenham rotulado a produção de cruel, desarticulada e imatura, a obra foi uma das suas primeiras favoritas.
Nos anos seguintes, ele fez "Juventude" ("Sommarlek", Suécia, 1951), uma tragédia sobre amantes adolescentes; "Quando as Mulheres Esperam" ("Kvinnors Väntan", Suécia, 1952), a sua primeira comédia de sucesso; "Noites de Circo" ("Gyclarnas Afton", Suécia, 1953), originalmente lançada nos Estados Unidos como "The Naked Night" ("A Noite Nua"); "Uma Lição de Amor" ("En Lektion I Karlek", Suécia, 1953), uma comédia inteligente sobre a infidelidade conjugal e, finalmente, as suas obras extraordinariamente marcantes, "Sorrisos de Uma Noite de Amor" e "O Sétimo Selo".
Em 1957, o mesmo ano em que fez "O Sétimo Selo", Bergman também dirigiu "Morangos Silvestres", o seu aclamado estudo da velhice. No filme, Isak Borg, de 78 anos de idade (interpretado pelo ator e diretor de filmes mudos Victor Sjostrom), percorre o interior do país, pára na casa da sua infância, revive a memória do seu primeiro amor, e chega a um acordo com o seu isolamento emocional.
"Eu criei uma figura que, externamente, parecia-se com o meu pai, mas que por dentro era eu", explicou Bergman. "À época eu tinha 37 anos, e estava isolado de todas as emoções humanas".
Bergman ganhou o seu segundo Oscar em 1962 com "Através de Um Espelho" ("Sason I Em Spegel", Suécia, 1961), a respeito de uma mulher mentalmente enferma que acredita ter sido visitada por Deus. A seguir veio o ponto de inflexão, "Luz de Inverno" ou "Os Comungantes" ("Nattvardsgästerna", Suécia), feito em 1962, o segundo da sua primeira trilogia da década de 1960, que foi concluída com "O Silêncio" ("Tystnaden", Suécia, 1963).
"Luz de Inverno" mostrou a solidão e a vulnerabilidade do homem moderno, sem fé ou amor. Segundo Kakutani, muitos dos primeiros filmes de Bergman continham uma busca angustiada pela crença, mas "Luz de Inverno", que mostra a perda de fé de um pastor, dá a entender que todas as respostas terão que ser encontradas aqui mesmo na Terra.
Bergman afirmava que a sua mudança filosófica ocorreu durante uma breve internação em um hospital. Ao despertar da anestesia, ele percebeu que não tinha mais medo da morte, e que a questão da morte subitamente desapareceu. Muitos críticos disseram que, a partir de então, os filmes dele passaram a revelar um tipo de humanismo no qual o amor é a única esperança de salvação.
Alguns críticos atacaram os seus filmes, chamando-os de obscuros, pretensiosos e sem sentido. Mas, todas às vezes que cometia um erro, Bergman conseguia reconquistar rapidamente críticos e platéias com filmes como "Quando Duas Mulheres Pecam" ("Persona", Suécia, 1966), no qual as personalidades de duas mulheres se fragmentam e se fundem, e "Gritos e Sussurros", um retrato poderoso de três irmãs.
Bergman muitas vezes utilizava aquilo que equivalia a uma companhia teatral - um grupo de atores que aparecia em vários dos seus filmes. Faziam parte desse grupo von Sydow, Gunnar Bjornstrand, Ingrid Thulin, Bibi Andersson, Erland Josephson e, principalmente, Liv Ullmann, com quem ele manteve um longo relacionamento pessoal e teve um filho. Durante muitos anos ele usou o mesmo fotógrafo, Sven Nykvist, que morreu no ano passado.
Bergman dizia que as idéias para os seus filmes surgiam-lhe de diversas formas. "Quando Duas Mulheres Pecam", o estudo de duas mulheres imersas em uma intimidade neurótica, surgiu um dia quando ele viu duas mulheres sentadas juntas, comparando as mãos. "Pensei comigo mesmo que uma delas era muda e a outra falava", disse ele.
O germe para a criação de "O Silêncio" - no qual uma mulher moribunda e a sua irmã estão em um país estrangeiro sem meios de comunicação - surgiu em uma visita a um hospital. "Percebi, de uma janela, um homem muito velho, extremamente gordo e paralítico, sentado em uma cadeira sob uma árvore em um parque", disse Bergman. "Enquanto o observava, quatro enfermeiras alegres e de boa índole surgiram caminhando juntas, ergueram-no, com cadeira e tudo, e o levaram de volta para o hospital. A imagem de uma pessoa sendo carregada como se fosse um boneco permaneceu na minha mente".
Outros filmes foram inspirados por ensaios, romances ou obras musicais. Segundo o diretor, "em todos os casos algum evento externo ativou a chave de alguma memória profundamente enraizada: cada filme era uma projeção de alguma experiência do passado.
"Mantive canais abertos com a minha infância", disse ele a Kakutani. "Creio que o mesmo deve ocorrer com vários artistas. Às vezes, durante a noite, quando me encontro no limiar entre o sono e a vigília, sou capaz de passar por uma porta que conduz à minha infância, e tudo é como costumava ser, com luzes, cheiros, sons e pessoas - a rua silenciosa onda morava a minha avó, a agressividade súbita do mundo dos adultos, o terror do desconhecido e o medo da tensão entre o meu pai e a minha mãe".
Bergman usou as suas memórias de infância em vários outros filmes, incluindo "Cenas de Um Casamento" ("Scener ur ett Aktenskap", Suécia, 1974) - que foi originalmente feito para a televisão -, "Sonata de Outono" ("Hortssonat", Suécia, 1978), "Da Vida das Marionetes" ("Aus dem Leben der Marionetten", Alemanha Ocidental/Suécia, 1980), "A Hora do Lobo" ("Vargtimmen", Suécia, 1968), "Vergonha" ("Skammen", Suécia, 1968), "Face a Face" ("Ansiktet mot Ansiktet", Suécia, 1976) e a sua versão de "A Flauta Mágica" ("Trollflöjten", Suécia, 1975), de Mozart, considerada por muitos o melhor filme de ópera já feito.
Da década de 1950 até os anos recentes, Bergman manteve a sua bem-sucedida carreira teatral na Suécia. Quando ensaiava a "Dança da Morte", de Strindberg, no Teatro Dramático Real em Estocolmo, em 1976, ele foi acusado de cometer evasão fiscal.
O incidente recebeu muita publicidade, e, embora as acusações tivessem sido mais tarde retiradas, e o governo sueco tivesse dirigido a ele um pedido formal de desculpas, Bergman se auto-exilou na Alemanha Ocidental, onde fez "O Ovo da Serpente" ("Das Schlangenei", EUA/Alemanha Ocidental, 1977). Ele teve um colapso nervoso devido ao incidente e ficou hospitalizado por algum tempo. Bergman retornou permanentemente ao seu país nativo apenas em meados da década de 1980.
Em 1982, Bergman anunciou que acabara de concluir o seu filme dramático, "Fanny e Alexander", um exame da alta sociedade em uma cidade sueca no início do século 19, que foi em parte inspirado pela sua própria infância.
"Fazer 'Fanny e Alexander' foi uma alegria tão grande que acreditei que aquela sensação jamais retornaria", declarou ele a Kakutani. "Tentarei explicar: quando eu estava na universidade, muitos anos atrás, todos estávamos apaixonados por uma garota extremamente bonita. Ela disse não para todos nós, e nós não entendemos. Ela tivera um caso de amor com um príncipe do Egito e, para ela, tudo o mais após aquele caso teria que ser um fracasso. Assim, ela rejeitou todas as nossas propostas. Eu gostaria de dizer o mesmo. A época que fiz 'Fanny e Alexander' foi tão maravilhosa que decidi que era hora de parar. Eu tive o meu príncipe do Egito".
"Fanny e Alexander" ganhou quatro Oscars, incluindo o prêmio da Academia para melhor filme estrangeiro em 1984.
Mas Bergman não abandonou completamente o mundo do cinema. Ele passou grande parte do seu tempo em Faro, uma ilha pouco povoada que os visitantes descreviam como gelada e desolada, mas que ele considerava um lugar no qual se sentia seguro e em casa. Bergman dedicava as suas manhãs ao trabalho nas suas peças, romances e roteiros de televisão.
Ele fez um filme para a televisão, "Depois do Ensaio" ("Efter Repetitionen", Suécia, 1984) - sobre três atores que trabalham na produção de "O Sonho", de Strindberg - que foi lançado como peça teatral nos Estados Unidos. Ele escreveu "As Melhores Intenções", primeiro como romance e depois, em 1991, como um filme de seis horas de duração dirigido por Billie August, a respeito do casamento problemático dos pais de Bergman pouco antes do seu nascimento.
Bergman disse em uma entrevista na Suécia que o ato de escrever o roteiro do filme mudou a sua atitude em relação aos pais. "Depois disso, cada forma de censura, repreensão, amargor ou até mesmo aquela vaga sensação de que eles bagunçaram a minha vida, desapareceu para sempre da minha mente", confessou o diretor.
"As Melhores Intenções" foi um dos três livros que ele escreveu nas décadas de 1980 e 1990 sobre os pais. O segundo, "Crianças de Domingo", foi transformado em filme pelo seu filho Daniel. O terceiro, "Confissões Privadas", sobre a sua mãe, tornou-se um filme dirigido por Ullmann.
Em 1997, ele dirigiu um filme feito para a televisão, "Na Presença de Um Palhaço" ("Larmar Och Gör Sig Till", Suécia), que se passa em 1920, e que se baseia em uma história que ele descobriu em meio aos papéis deixados por um tio que figurou como um dos principais personagens em "Fanny e Alexander" e em "As Melhores Intenções", e que foi contada em todos os três filmes de Borje Ahlstedt.
Até os anos recentes, ele dirigia duas peças por ano no Teatro Dramático Real. Em maio de 1995, a Academia de Música do Brooklyn, como parte de um Festival Bergman de Nova York, que incluiu retrospectivas feitas pela Sociedade de Filmes do Lincoln Center e pelo Museu de Televisão e Rádio, apresentou o Teatro Real em duas peças dirigidas por Bergman: "Conto de Inverno", de Shakespeare, e "Madame de Sade", de Yukio Mishima.
No decorrer dos anos ele compareceu à Academia de Música do Brooklyn para dirigir produções de "Longa Jornada Noite a Dentro" de Eugene O'Neill, e duas de Ibsen, "Casa de Bonecas" e "Espectros". Ele também dirigiu óperas e escreveu várias peças e dramas para a televisão, vários romances e um livro de memórias em 1987, "A Lanterna Mágica".
No outono de 2002, Bergman, com 84 anos de idade, deu início à produção de "Saraband", um filme para a televisão baseado nos dois principais personagens de "Cenas de Um Casamento". Lançado em 2003, o filme estrelou Ullmann como uma mulher que decide visitar o ex-marido depois de 30 anos na casa de verão dele.
A quinta mulher de Bergman, Ingrid Karlebo Bergman, morreu em 1995. Ele teve vários filhos dos seus casamentos e relacionamentos. Poder-se-ia afirmar que muitos dos seus filmes revelam uma preocupação com a morte. Mas ele disse que essa preocupação desapareceu com a velhice: "Quando eu era jovem, tinha um medo enorme da morte", declarou certa vez Bergman. "Mas agora acredito que isso é um arranjo muito inteligente. É como uma luz que se apaga. Nada pelo qual se deva fazer barulho".
Por Mervyn Rothstein - NYTimes
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Um comentário:
Ótima matéria sobre o grande cineasta sueco. Aliás, que Deus o tenha e que descanse em paz. J. Luiz
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